Foi o primeiro whorkshop do evento que participei e não poderia ser mais adequado! Entramos em uma sala cuidadosamente preparada com a seguinte disposição: ao centro uma placa circular com quatro cores: vermelho, amarelo, preto e branco, cada uma com uma vela branca já acesa em cima, incensos suaves criavam uma atmosfera mágica, tudo colocado em cima de um "tapete" de palha quadrado onde estavam um lindo tambor médio feito artesanalmente com madeira e pele, chocalhos e outros instrumentos tribais. Para nos receber estava um casal, ele, um descendente de índio com traços caboclos evidentes, ela, com cabelos lisos e pele clara, com traços indígenas norte-americanos, um XAMÃ brasileiro de mais idade e posteriormente um rapaz negro com estilo jamaicano que tocava lindamente um instrumento de sopro! Começaram com uma explicação da importância da música como instrumento ritualístico em diversas práticas mágicas e a diferença entre sons que ativam o elemento masculino com batidas rítmicas e dançantes e o elemento feminino com batidas introspectivas e meditacionais. Explicaram também o significado da placa redonda ao centro no chão e suas cores que simbolizavam cada uma um elemento da natureza e sua relação com a personalidade humana.
MAS O ESPETÁCULO COMEÇOU MESMO QUANDO SOARAM OS TAMBORES! A partir de então não tinha como entrar no clima! Iniciando com cantos nativos americanos de introspecção logo após uma breve explicação da palestrante sobre o fator feminino em cada ser, sempre com o intúito de quebrar o estigma de FEMININO / FRÁGIL / OBSCURO / MULHER, foi lindo quando a garotinha de aparência frágil soltou um vozeirão e mostrou dominar o tema embalada pelo toque de tambor de seu companheiro...UMA PERFEITA HARMONIA! Foi assim também quando ele apresentou o aspecto masculino do canto com o propósito de retirar o paradígma de MASCULINO / AGRESSIVO / DITADOR / OPRESSIVO / HOMEM, cantando entre assopros suaves em uma flauta de bambú ao som de vigorosas batidas de tambor de sua companheira! DANÇAMOS, MEDITAMOS e CANTAMOS, deixando as batidas dos tambores entrarem junto com o cheiro das ervas queimadas em nossa alma! Para finalizar o XAMÂ de origem brasileira nos emprestou chocalhos para que acompanhássemos em seu canto nativo cheio de energia espiritual, demonstrando sua grande experiência e domínio nesta arte! A esta altura ja estavamos acompanhados pelo sopro do instrumento todo adornado que parecia uma flauta gigante tocado pelo rapaz de origem negra. O frio foi embora dando lugar a uma energia de integração e amor ao próximo e suas diferenças! QUER CENÁRIO MELHOR QUE ESTE PARA INICIAR UMA MARATONA MÁGICA?
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