domingo, 7 de março de 2010
A MAGIA DOS GATOS
Nenhuma história de bruxas estaria completa sem a presença de um gato preto, fiel companheiro de sua dona. Não que os gatos fossem os únicos animais associados às bruxas. Longe disso: doninhas, coelhos, porcos-espinhos, aves negras, corujas, corvos, sapos e rãs eram considerados eficazes ajudantes das feiticeiras.
Gatos e outros assim chamados "familiares" serviam de prova nos julgamentos de bruxas do século XVII, costume que infelizmente teve como efeito despertar suspeitas em relação às pessoas que demonstrassem muito apego por seus animais. Os bichos desempenharam diversos papéis nos mitos pagãos e nas práticas religiosas da antiga europa e algumas das superstições relativas às capacidades mágicas das pequenas criaturas sobreviveram mesmo após a cristianização.
Há quatro mil anos os gatos, adorados e considerados sagrados já no antigo Egito, têm sido objeto de culto religioso. Na cidade de Bubastis, festivais celebrando a deusa de cabeça de gata, Bast, incluíam música, dança e rituais sexuais. O afeto que os egípcios dedicavam aos gatos provavelmente derivava de sua gratidão por seu valor na proteção dos celeiros contra aves e insetos. Mas os vínculos eram tão fortes que quem matasse um gato seria executado. Em outras regiões do mundo antigo também os gatos tinham um significado religioso. Dizia-se que a deusa romana Diana assumia forma felina e, no norte da Europa, os gatos puxavam a biga de Freya, a deusa do amor e da beleza. O advento do cristianismo na Europa colocou fim a essa veneração. Ansiosa para repudiar todos os aspectos do paganismo, a Igreja ensinou que esses animais, anteriormente sagrados, eram pequenos demônios. E na luta para erradicar seitas hereges os padres às vezes mencionavam as superstições felinas ao descrever os perigos representados pelos dissidentes. Os cátaros, por exemplo, foram acusados de adorar o demônio na forma de um gato.
Com o início da perseguição às bruxas na Europa, as confissões forjadas de supostas feiticeiras eram usadas para dar respaldo às afirmativas da Igreja. Em 1566, na Inglaterra, um gato de manchas negras chamado Sathan tornou-se personagem de importância no julgamento de Elizabeth Francis. O gato enchera os pastos de sua dona de ovelhas e atraíra seus pretendentes. Sathan foi responsabilizado pela morte de um desses enamorados que aborrecera sua dona. E cada vez que o gato ajudava Francis, afirmavam as testemunhas, ela o recompensava com uma gota de seu sangue. Hoje muitas dessas superstições foram quebradas, porém o fascínio causado por essas criaturas dóceis porém cheias de atitude continuam encantando...
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Um comentário:
vc poderia por favor me passar a referência do livro que vc pegou este trecho?
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